terça-feira, novembro 08, 2011

BRASÍLIA E MARABÁ (PA) - Começou nesta terça-feira a campanha oficial para o plebiscito sobre a proposta de divisão do Pará . No dia 11 de dezembro, todos os eleitores paraenses - e não apenas aqueles das áreas a serem desmembradas - irão às urnas decidir se aprovam a criação dos estados de Carajás e Tapajós. A campanha - a favor e contra - ficará a cargo de frentes registradas no Tribunal Regional Eleitoral do Pará. Elas também serão responsáveis pela propaganda na TV e no rádio, que começará em 11 de novembro e vai até o dia 9 de dezembro.
A frente que defende a criação do estado do Carajás vai realizar um grande comício em Marabá, na quinta-feira, para marcar o início da campanha. A convenção que aprovou os nomes da organização da "Frente por um Pará mais forte" ocorreu na cidade no último sábado, no plenário da Câmara Municipal, com a presença de inúmeros políticos, lideranças comunitárias e representantes de entidades. Os partidários da divisão vão discursar em palanque montado em frente ao Ginásio Poliesportivo da Folha 16, e vão pedir à população o voto 'Sim', representado na urna eletrônica pelo número 77.
Nesta terça-feira, o grupo Comissão Municipal Pró-Carajás distribuiu adesivos de carros e panfletos na porta de supermercados e grandes empresas de Marabá. O comício será precedido de uma carreata pelas ruas da cidade. A coordenação estima reunir pelo menos 40 mil pessoas.
Já a "Frente Parlamentar Pró Estado do Tapajós" também protocolou pedido de registro na segunda segunda-feira, no TRE em Belém. A tendência é que os dois grupos concentrem esforços em Belém, de olho no voto de indecisos. A estratégia das frentes de emancipação do Carajás e Tapajós é de se apoiar mutuamente.
Pela proposta de desmembramento, o Tapajós ficará com toda a área do oeste paraense, enquanto Carajás será formado com o atual sudeste do Pará. De acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os custos anuais de manutenção dos dois estados ficarão em torno de R$ 5 bilhões.
O deputado Giovanni Queiroz, (PDT-PA), que tem domicílio eleitoral no município de Redenção, na área onde poderá ser instalado o estado do Carajás, defende a divisão. Segundo ele, já existe o precedente favorável da divisão de Goiás que deu origem ao atual estado de Tocantins.
- O que queremos é aquilo que já ocorreu em outros momentos. Quando criaram o Tocantins ou há 33 anos quando Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram separados, se implantou aí um laboratório e posso dizer que todos eles tiveram um crescimento extraordinário - afirma.
Queiroz também questiona a viabilidade administrativa de um estado com as dimensões do Pará.
- O Pará tem hoje 1.248.000 km². Como pode funcionar um governador lá na ponta norte estendendo seu braço de estado para atender nós do sul do Pará que ficamos às vezes a 1.200 km de distância. Não tem bom governante que dê conta - argumenta.
Já o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) tem opinião diferente, argumentando que os problemas do Pará não serão resolvidos com a divisão. Segundo ele, os problemas do estado são na verdade regionais.
- Eles são causados pela deformação do pacto federativo. A Amazônia e o Pará são vítimas de um modelo concentrador de renda - defende.
Na opinião do parlamentar, mesmo hospedando boa parte da biodiversidade do planeta e produzindo quantidades cada vez maiores da energia nacional, os paraenses são muito pouco beneficiados pelas suas riquezas.
- O Pará é almoxarifado do desenvolvimento alheio - critica.
No último domingo, terminou o prazo para que os eleitores paraenses que queiram votar pudessem regularizar sua situação junto à Justiça Eleitoral.




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