BRASÍLIA
E MARABÁ (PA) - Começou nesta terça-feira a campanha oficial para
o
plebiscito sobre a proposta de divisão do Pará . No dia 11 de
dezembro, todos os eleitores paraenses - e não apenas aqueles das
áreas a serem desmembradas - irão às urnas decidir se aprovam a
criação dos estados de Carajás e Tapajós. A campanha - a favor e
contra - ficará a cargo de frentes registradas no Tribunal Regional
Eleitoral do Pará. Elas também serão responsáveis pela propaganda
na TV e no rádio, que começará em 11 de novembro e vai até o dia
9 de dezembro.
A frente que defende a criação do
estado do Carajás vai realizar um grande comício em Marabá, na
quinta-feira, para marcar o início da campanha. A convenção que
aprovou os nomes da organização da "Frente por um Pará mais
forte" ocorreu na cidade no último sábado, no plenário da
Câmara Municipal, com a presença de inúmeros políticos,
lideranças comunitárias e representantes de entidades. Os
partidários da divisão vão discursar em palanque montado em frente
ao Ginásio Poliesportivo da Folha 16, e vão pedir à população o
voto 'Sim', representado na urna eletrônica pelo número 77.
Nesta terça-feira, o grupo
Comissão Municipal Pró-Carajás distribuiu adesivos de carros e
panfletos na porta de supermercados e grandes empresas de Marabá. O
comício será precedido de uma carreata pelas ruas da cidade. A
coordenação estima reunir pelo menos 40 mil pessoas.
Já a "Frente Parlamentar Pró
Estado do Tapajós" também protocolou pedido de registro na
segunda segunda-feira, no TRE em Belém. A tendência é que os dois
grupos concentrem esforços em Belém, de olho no voto de indecisos.
A estratégia das frentes de emancipação do Carajás e Tapajós é
de se apoiar mutuamente.
Pela proposta de desmembramento, o
Tapajós ficará com toda a área do oeste paraense, enquanto Carajás
será formado com o atual sudeste do Pará. De acordo com cálculos
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os custos anuais
de manutenção dos dois estados ficarão em torno de R$ 5 bilhões.
O deputado Giovanni Queiroz,
(PDT-PA), que tem domicílio eleitoral no município de Redenção,
na área onde poderá ser instalado o estado do Carajás, defende a
divisão. Segundo ele, já existe o precedente favorável da divisão
de Goiás que deu origem ao atual estado de Tocantins.
- O que queremos é aquilo que já
ocorreu em outros momentos. Quando criaram o Tocantins ou há 33 anos
quando Mato Grosso e Mato Grosso do Sul foram separados, se implantou
aí um laboratório e posso dizer que todos eles tiveram um
crescimento extraordinário - afirma.
Queiroz também questiona a
viabilidade administrativa de um estado com as dimensões do Pará.
- O Pará tem hoje 1.248.000 km².
Como pode funcionar um governador lá na ponta norte estendendo seu
braço de estado para atender nós do sul do Pará que ficamos às
vezes a 1.200 km de distância. Não tem bom governante que dê conta
- argumenta.
Já o deputado Arnaldo Jordy
(PPS-PA) tem opinião diferente, argumentando que os problemas do
Pará não serão resolvidos com a divisão. Segundo ele, os
problemas do estado são na verdade regionais.
- Eles são causados pela deformação
do pacto federativo. A Amazônia e o Pará são vítimas de um modelo
concentrador de renda - defende.
Na opinião do parlamentar, mesmo
hospedando boa parte da biodiversidade do planeta e produzindo
quantidades cada vez maiores da energia nacional, os paraenses são
muito pouco beneficiados pelas suas riquezas.
- O Pará é almoxarifado do
desenvolvimento alheio - critica.
No último domingo, terminou o prazo
para que os eleitores paraenses que queiram votar pudessem
regularizar sua situação junto à Justiça Eleitoral.
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/09/13/comeca-campanha-oficial-para-plebiscito-sobre-divisao-do-para-925347606.asp#ixzz1d7dgDNIF
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